quarta-feira, 25 de maio de 2011

Mensagem de divulgação

Car@s colegas
A 23 de Maio de 2011 foi lançada a Petição Pública Nacional “Por uma formação autónoma dos professores de Geografia e História. Por uma formação inicial de qualidade”. Com ela, pretende-se a substituição do actual modelo de formação inicial de professores de Geografia e de História, para o que se pede a colaboração activa de cada um de vós.
Para que esta Petição Pública suba ao Plenário da Assembleia da República, tem de ter pelo menos 4000 assinaturas de professores de História e de Geografia – o que só se conseguirá com uma mobilização nacional.
Como vários saberão, neste momento há uma formação conjunta de professores de Geografia e de História, no “Mestrado em Ensino da História e da Geografia”, que tem a duração de dois anos. A profissionalização que no passado era direccionada para uma única disciplina, agora é dirigida para duas disciplinas – o que significa uma maior dispersão, naturalmente.
O mais grave, contudo, são as condições de acesso a este Mestrado.
Actualmente, um ano lectivo corresponde a 60 ECTS. De acordo com o Decreto-lei nº 43/2007, para se aceder ao mesmo Mestrado em Ensino de História e de Geografia, basta ser-se licenciado (em qualquer área, pode não ser em História ou Geografia) e possuir-se uma formação de 120 créditos em História e Geografia, pelo menos de 50 créditos em qualquer uma destas áreas. No Mestrado, o futuro professor de Geografia e História pode frequentar uma ou duas cadeiras destas áreas.
Assim, para se ser professor de História e de Geografia, do 7º ao 12º ano, basta ter uma formação científica específica de 2 anos e menos de 1 ano de formação numa destas áreas; na melhor das hipóteses, caso tenha a sua licenciatura em Geografia ou em História (no modelo misto que agora se criou), os futuros professores terão uma formação de 3 anos, com 2 anos de História e 1 de Geografia ou vice-versa. Antes, é bom lembrar, era necessária uma formação científica específica de 3 ou 4 anos, para se ser professor de apenas uma destas disciplinas.
Não podemos ser bons professores do que aprendemos apressadamente.
Não está em causa o esforço dos alunos, dos orientadores cooperantes e dos professores do Mestrado em Ensino de História e Geografia – entre os quais me incluo. Mas é uma vergonha, tanto para a Geografia como para a História, que os professores destas disciplinas passem a ter uma formação tão escassa. É um sinal de desvalorização pública e institucional destas disciplinas e uma contradição em relação aos discursos públicos sobre a qualidade do ensino. Proclama-se a melhoria da qualidade do ensino e depois dá-se um pontapé na formação inicial de professores? Que contradição! Além disso, se continuam a existir um grupo de docência de Geografia (420) e outro de História (400), não se justifica esta formação conjunta – a menos que exista alguma intenção, não assumida, de integração destas disciplinas.

Perante este ataque às disciplinas de Geografia e de História, instituíram-se como promotores desta Petição Pública e seus primeiros subscritores: eu próprio (IGOT- Universidade de Lisboa); Maria Leonor Carvalho, AE de Frei Estevão Martins/Alcobaça (História); António Fernando Silva, AE da Quinta do Conde (Geografia); Miguel Barros, Escola Secundária c/ 2ª e 3º ciclos de Passos Manuel/Lisboa (História); Associação de Professores de Geografia, Associação dos Professores de História, Associação Portuguesa de Geógrafos.
O que pretendemos? Que a legislação actual seja alterada, no sentido de se criar o Mestrado em Ensino de Geografia e o Mestrado em Ensino de História, à semelhança do que existe em relação a outras disciplinas.
Neste blogue, estão disponíveis três ficheiros:
a) O texto da Petição Pública Nacional
b) Um resumo, numa página, do conteúdo da Petição (“Divulgação”)
c) A ficha de recolha de assinaturas, a entregar na Assembleia da República.
Em termos práticos, o que se pede?
1.Que divulguem a Petição Pública Nacional a todos os vossos colegas de Geografia e de História, os da vossa Escola, mas também àqueles que se encontram noutras Escolas e noutras regiões.
A totalidade dos professores de Geografia e de História portugueses, de todos os graus de ensino, devem poder aderir a esta Petição Pública – e não há razão nenhuma para não a assinarem.
Se, por algum motivo, preferirem enviar-me os emails de outros colegas, para que eu próprio os contacte, poderão fazê-lo.
2. Para além dos professores destas disciplinas dos 3º ciclo do Básico e do Secundário, os professores do Grupo Português e Estudos Sociais/História, do 2º ciclo, que sejam licenciados em História, podem assinar a Petição Pública Nacional. Esta pode também ser subscrita pelos professores diplomados em História ou em Geografia que se encontrem no Ensino Especial, no 1º ciclo ou a leccionar outras disciplinas; por último, podem ainda assinar a Petição os professores reformados de História ou de Geografia. Porque queremos a autenticidade desta Petição, ela não deve ser assinada por professores de outras áreas disciplinares (mas não excluímos a hipótese de, por outra forma, estes colegas nos virem a demonstrar a sua solidariedade).
3. Em cada Escola/Agrupamento, é útil existir 1 ou 2 dinamizadores da Petição. Seria bom recebermos o nome dos dinamizadores locais
em form.qualidade.historia.geografia@gmail.com
4. É importante afixar no placard da Escola o texto da Petição Pública nacional, o folheto de Divulgação, recolher as assinaturas dos colegas de Geografia e de História e, claro, enviarem-nos as mesmas para o Apartado Postal, para o nº de fax ou para o email indicados (depois de digitalizada a página).
Na folha de recolha de assinaturas da Petição, a 1ª coluna, sombreada, não deverá ser preenchida – servirá para numerarmos todos os peticionantes, quando concluída a Petição. É importante escrevermos o nosso nome completo.
Convidamos, ainda, cada colega a partilhar da Petição Publica Nacional através do Facebook, em Autonomia História E Geografia (Petição Professores)
Sabemos que esta Petição Pública Nacional vai demorar alguns (poucos) meses. Confiamos no sucesso desta empreitada colectiva, pois nada é mais justo do que acabar com este infeliz modelo de formação inicial de professores de História e de Geografia.
Um abraço.
Sérgio Claudino

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